quinta-feira, 6 de junho de 2019

75 Anos Depois





1944, JUNHO, 06. NORMANDIA, FRANÇA. OPERAÇÃO OVERLORD.


Foi o dia e o local em que a barbárie nazi começou, decidida e consolidadamente a ser esmagada. Completam-se hoje 75 anos.
Os aliados chegariam ao coração da Alemanha nazi, Berlim, em Abril de 1945. As tropas de Estaline seriam as primeiras a entrar, para travar, aquela que foi, porventura, a última batalha da 2ª Guerra Mundial. Nessa altura a desproporção de meios de combate e tropas era abismal. Cerca de 100.000 soldados alemães, a maioria jovens e velhos recrutados à última hora, para cerca de dois milhões de russos que cercavam a cidade, bem equipados, motivados e apoiados por um enorme dispositivo em equipamento aéreo e terrestre. Berlim caiu, e com ela a Alemanha nazi.
O que aprendeu a Europa com a Segunda Guerra mundial e o desaparecimento, causado por ela, de cerca de cinquenta e cinco milhões de pessoas? O que aprendemos nós, depois de 75 anos passados ?
O ambiente político à época, que levou à guerra, embora com raízes e causas muito diversas, não deixa de apresentar algumas semelhanças com os dias que se vivem hoje em quase todo o território europeu: populismos e nacionalismos exacerbados e a recrudescer todos os dias.
Seria bom bom que todos, e especialmente os líderes políticos, pudessem tomar mais atenção aos livros de história. É crucial que as novas gerações, apesar dos anos que as separam do episódio que se celebra hoje, possam ser ensinadas e esclarecidas sobre o que se passou durante a Segunda Guerra Mundial e os motivos principais que levaram até ela. Esse é um princípio fundamental e os europeus nunca poderão perder de vista que a ele estão subjacentes a Paz e os VALORES que nos enformam !
Em todos os países europeus se devia celebrar hoje o DIA DA MEMÓRIA. Em todas as escolas, em todos os graus, se deveriam consagrar algumas horas de aulas a esclarecer os jovens sobre esta temática. Conferências e sessões de esclarecimento deviam ser promovidas em locais públicos, abertos a toda a população, se possível com testemunhos de pessoas que tivessem ainda vivas as memórias do que foi viver o pós-guerra nos diversos países. Para que todos saibam que a liberdade, a paz e o bem estar de que usufruem hoje teve um preço muito elevado pago por gerações que nos antecederam, mas também de muitos homens, que nem sequer eram europeus e que vieram combater e morrer pela Europa e pelos europeus. O exercício da memória e do reconhecimento pelos que combateram e deram a vida por valores que nos são caros será sempre o mínimo que podemos fazer e quem não quiser perceber isso, não poderá perceber nada da vida que vive e como a vive.




Jacinto Lourenço, Junho, 2019