Mas quem é esta senhora ? Pode consultar o seu Currículo na página do governo actual através do link que deixo abaixo. Provavelmente não vai encontrar nada de muito relevante ou extraordinário. Porém, noutra área da sua vida, talvez o mais interessante seja o facto de ser casada com a pessoa que esteve à frente do Novo Banco, até há pouco tempo, e que saiu após este ter sido vendido. Os novos donos do actual Novo Banco atribuiram-lhe um prémio de, segundo o jornal Observador, entre 7 a 10 milhões de euros. É obra. Desconfio que o marido da senhora ministra é provavelmente o seu conselheiro pessoal em matérias laborais já que fez carreira na CP, onde deixou um rasto de contestação dentro e fora da empresa devido às idiotas decisões tomadas que levaram a uma completa desorganização do serviço ferroviário em Portugal com graves prejuízos para quem tem que o utilizar todos os dias, mas também para a própria empresa. Passou ainda pela RAVE e Infraestruturas de Portugal. Percorreu uma boa parte do sector bancário, incluída a UNICRE, e é agora consultor sénior na empresa que ele próprio tinha contratado para fazer as avaliações de negócios com os imóveis do Novo Banco onde era o CEO. Tudo "normal" e clarinho como água... Ao seu currículo acrescenta algumas presidências e/ou direcções pro bono que ficam sempre bem e "ajudam" na construção da imagem de homem desapegado das coisas materiais... Mas também, com uns largos milhões no bolso, quem se importa por não ganhar nada com essas minudências...?
Bom, perguntarão: mas o que é que o currículo do marido da ministra do trabalho tem a ver com a acção da ministra na dissolução dos direitos dos trabalhadores ? Nada e tudo ! Suponho que à hora de jantar ou quando se levantam para ir para o emprego, o marido lhe diga que é melhor ela fazer o oposto daquilo que eram até há pouco as suas opiniões favoráveis aos trabalhadores, e isto se quer ter um bom lugar à sua espera numa grande empresa quando sair do emprego que tem no governo. É sempre assim que acontece. Já assistimos a isto várias vezes. Os ministros, em Portugal, são normalmente premiados com lugares de topo numa grande empresa após saírem do governo e depois de, na sua acção governativa, terem provido leis e medidas que beneficiem quem os vier a recrutar.
Humm !! Suponho que ela, a ponderosa ministra, ponderou, virou-se para o marido e exclamou: ' Ó António Manuel, és capaz de ter razão; é que ser catedrática na Universidade dá estatuto mas mal paga as contas dos nosso luxuosos jantares fora...'
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