quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Um 'Monstro Sagrado' no concerto dos Futebolistas



Houve um tempo em que um clube, em Portugal, foi maior, na sua projecção internacional que o próprio país. Esse clube chamava-se  Sport  Lisboa e Benfica.

Houve uma década em que esse clube chamado Benfica projectou, mundo fora,  o nome de um país desconhecido chamado Portugal.

Nesse clube chamado Benfica e nessa recuada década de 60 emergiu uma equipa de jogadores que, sabemos hoje, se tornou irrepetível na sua qualidade, grandeza e valor. Nessa equipa despontaram e cresceram jogadores do maior valor desportivo a nível internacional. Essa equipa tinha um 'patrão', um senhor que comandava uma constelação de futebolista a partir do meio campo, esse senhor dava pelo nome de Mário Coluna.

Ontem à noite, depois de saber do seu falecimento, comentei com o meu filho Pedro, benfiquista como eu, que me sentia um privilegiado por ter vivido  esse tempo, o tempo em que uma equipa de futebol foi muito maior, e mais importante no mundo que o próprio país onde emergiu, e dentro dessa equipa de futebol, Mário Coluna foi, como lhe chamaram desde sempre, um 'monstro sagrado' no concerto dos futebolistas.



Há muita coisa de que não me orgulho em Portugal. Foi sempre assim. Portugal tem muita coisa, sempre teve, de que não nos podemos orgulhar, bem pelo contrário.  Mas o Sport Lisboa e Benfica, e em especial Coluna é algo que, como português, me enche de orgulho e uma das razões pela qual me sinto recompensado na vida  por ter vivido esse tempo, o tempo em que Mário Coluna jogou e em que o Benfica foi maior que Portugal.

Moçambique, Portugal, os moçambicanos e os portugueses devem sentir-se orgulhosos por Mário Coluna ter trazido brilho e glória aos dois povos.

Obrigado Mário Coluna. Descansa em paz.


Jacinto Lourenço