segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

A Libertação do Mal - parte 1

      



E de repente, como que despertando de um sono letárgico, a humanidade, em zonas críticas do globo, assiste a terríveis desenvolvimentos de confrontações que a levaram a experimentar destruição e morte em larga escala. A Rússia, retomando o fio condutor do pior que sempre teve dentro de si, invade e espezinha um país soberano vizinho, levando o caos a uma nação que tacteava ainda os novos caminhos que levam à democracia. Por seu turno, o grupo terrorista Hamas invade outro país soberano e desencadeia uma acção de larga escala assassinando, de um só golpe, cerca de 1500 cidadãos israelitas, entre homens, mulheres e crianças (algumas ainda bébés) tomando também como reféns mais de duas centenas de pessoas de várias nacionalidades mas onde a maioria é israelita.

Hoje, quando rabisco estas linhas, rompeu-se (ao que parece por iniciativa do Hamas, segundo a comunicação social) a trégua humanitária que permitiu que fossem, durante poucos dias, trocados reféns por prisioneiros palestinianos de prisões na Cisjordânea.
Em resumo: a Rússia, que nunca viveu realmente em democracia, depois de corroída por dentro e abatida com estrondo a terrível ditadura comunista, voltou ao seu velho estilo imperialista e expansionista revisitando a ambição czarista de erguer um novo império com o criminoso Putin à cabeça rodeado da seita de corruptos que constituem a sua entourage.
Focamo-nos nestes dois campos de explosão do mal no mundo e, se não podemos deixar de pensar nos actores que os alimentam, não devemos obliterar os que os toleram, seja por interesse directo, lateral ou colateral, e que na penumbra de gabinetes bafientos vão traçando planos para resultados que lhes sejam o mais favoráveis possível. Também eles, vendendo a alma ao diabo, engordam o número dos que escancaram as portas do inferno para a Libertação do mal que se abate sobre a humanidade.
Julgo não ser novidade para ninguém que existe uma tríade de actores primários e secundários que intervêm, por esta altura, na agressão que a Rússia move à Ucrânia. Desde logo a Rússia, claro. Depois os regimes maléficos da Bielorússia, do Irão e da Coreia do Norte (sendo a Bielorússia o grande facilitador da agressão e os dois últimos os municiadores de larga escala de armamento à Rússia), a que se juntam ainda, num apoio que podemos apelidar de (i)moral, quase todos os regimes comunistas que restam espalhados pelo globo e ainda os partidos comunistas existentes no mundo ocidental, quais Cavalos de Tróia dentro das democracias ocidentais. Não devemos também descartar, neste último grupo, dois outros "Cavalos de Tróia": a Turquia na NATO (embora sem um passado comunista ou mesmo de grande amizade pela velha Rússia comunista), e a Hungria na UE e na NATO. Todos estes actores, cada um à sua maneira, ou decidiram não renegar poder retirar alguns cínicos benefícios da guerra Rússia x Ucrânia, ou optaram por jamais virem a alijar a velha "mãe" Rússia soviética de dentro de si, mesmo que ela já tenha deitado para o seu caixote do lixo essa parte da sua história em troca de algo que não é pior nem melhor; simplesmente partilha, num plano diferente, a mesma raíz do mal do comunismo do período soviético.


Jac.Lourenço

Dezembro 2023